domingo, 17 de junho de 2012

“No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor” (1 João 4:18)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

O português

O português é um misto de homem de ação e sonhador. É muito humano, sensível, amoroso, individualista, solidário, poético e detém uma capacidade contemplativa estática de destaque. Despreza o mesquinho e o utilitarismo puro, bem como não é fraco, não gosta de ver sofrer e detém uma forte crença no milagre. É inibido, pelo medo do ridículo que provem da troça e ironia pungentes na cultura portuguesa. O sentimento do ridículo e o medo da opinião alheia abafam muitos impulsos generosos. O estado de alma portuguesa é tão paradoxal que só por ele percebem-se as grandes subidas e declínios vividas no país; um misto de sonhador lírico, fáustico germânico e dramático oriental, levam a que a Saudade, muito relacionada com o sonho, ostente o luxo em épocas extraordinárias e esperançosas e o tornem melancólico, apático e relutante em épocas de estagnamento. Vive-se um grande espírito de comunitarismo solidário mútuo, como muito poucos na restante Europa e coloca muitas vezes a simpatia humana acima da lei. Detém uma grande capacidade de improviso, por ser capaz de na pior das alturas e na pior das catástrofes transformar-se num homem racional e eficiente que com confiança traz soluções de última hora. Algo que merece referência é a capacidade de assimilação por adaptação que o português tem. O português adapta-se a climas, profissões, culturas, idiomas, gentes diferentes. Essa capacidade de adaptação, juntamente com a sua natural simpatia humana e um temperamento amoroso, foram a chave da colonização portuguesa – o português assimilou adaptando-se, sem nunca deixar de ser português. Tendo como base, os Elementos Fundamentais da Cultura Portuguesa (Jorge Dias, 1990 [1950])