segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Cathy Linton

"Uma vez, contudo, chegámos quase a discutir. disse ele que a maneira mais agradável de passar um dia quente de julho era estar deitado de manhã até à noite, por entre o mato no meio dos pauis, com as abelhas zumbindo como num sonho por entre as flores e as cotovias cantando e voando a grande altura sobre as nossas cabeças, com o céu azul sempre límpido e o Sol vivo, brilhando constantemente. Esta era a sua ideia mais perfeita da felicidade celeste. A minha era embalar-me numa árvore verde e sussurrante, com o vento oeste soprando e nuvens brancas e leves correndo rapidamente por cima de nós; não só cotovias mas também tordos, melros, pintarroxos e cucos jorrando música por todos os lados, e os pauis, vistos de longe, cortados de pequenos vales frios e tristes, mas conjuntamente com grandes ondulações de erva alta agitando-se como vagas ao sabor da brisa; e bosques e água constante, e todo o mundo desperto e ébrio de alegria. Ele queria que tudo permanecesse num êxtase de paz; eu que tudo brilhasse e tudo dançasse num jubileu glorioso. Afirmei-lhe que o seu paraíso seria semimorto; respondeu-me que o meu seria ébrio. Disse-lhe que adormeceria no dele e ele declarou que não poderia respirar no meu e começou a ficar muito rabugento. Por fim, concordámos em experimentar ambos, logo que chegasse o bom tempo. Então beijámo-nos e ficámos amigos."


Ingenuamente simples?
Não será ingénuo todo o amor?

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